Já passou da hora de abandonar os hábitos do vovô, que usava espuma de sabonete corporal para se barbear. Aliás, engana-se quem pensa que este tipo de produto tem a mesma função do creme ou do gel desenvolvidos especialmente para este ritual diário realizado por alguns homens. A diferença é enorme e errar na escolha pode provocar ressecamento, irritação ou algum tipo de inflamação na pele.
Diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a médica Flávia Addor esclarece que os cosméticos foram criados para ‘amaciar’ o pelo e a pele. Além disso, muitos têm em suas composições elementos anti-inflamatório e antisséptico, justamente para evitar infecções. “Os cremes e géis possuem agentes que facilitam o barbear, permitindo que a lâmina deslize com mais facilidade”, esclarece a especialista.
Ao contrário do que muitos homens e mulheres pensam, o sabonete – mesmo com grande concentração de hidratante – não deve ser utilizado antes da depilação, principalmente em peles sensíveis. Isso porque pode provocar ressecamento, descamação, irritação ou vermelhidão. “O sabonete não é desenvolvido para facilitar o barbear, tampouco para ficar em contato prolongado com a pele, e sim para remover sujeiras”, pondera a dermatologista.
Com várias opções nas prateleiras dos supermercados, as espumas em gel, cremes ou mousses próprios para cada tipo de pele – oleosa, normal ou seca –, reduzem o risco de alergias ou cortes, já que deixam a pele mais macia antes de encarar a lâmina. As vantagens são os ingredientes condicionantes utilizados nas fórmulas para reduzir o ressecamento. Segundo Flávia Addor, “a diferença é basicamente sensorial.”
'Xô', pelo encravado
O assunto é sério, adverte a dermatologista, ao assegurar que o uso de produtos inadequados pode causar a “pseudo foliculite, que são os pelos encravados inflamados”, alerta. Como o rosto é uma área que fica exposta ao sol, este tipo de inflamação, se não for cuidada por profissionais, pode acabar causando manchas na pele.
Mas não é somente o uso de uma espuma própria que evita o pelo encravado. “Ajuda, mas não é a única providência. É importante que a lâmina esteja afiada e a pele, umedecida, de preferência com água morna”, enfatiza a especialista. Outra dica da profissional para quem tem aquela barba muito fechada é evitar escanhoar (passar a lâmina em vários sentidos). “Isso corta excessivamente e facilita o encravamento.”
Cuidados básicos
Para ajudar neste processo que muitos homens enfrentam diariamente, a sugestão é aproveitar para fazer a barba durante, ou logo após, o banho. Além de a pele estar limpa, a água morna e o vapor dilatam os poros e facilitam que os pelos sejam eliminados sem provocar cortes. Manter uma toalha úmida com água morna na pia é uma opção.
Outro cuidado não deve passar em branco: é essencial trocar a lâmina regularmente. Especialistas indicam o uso, no máximo, cinco vezes. Depois, devem ser lavadas e secas antes de voltar para o armário do banheiro.
Muitos homens preferem dispensar o uso da loção pós-barba sem ao menos saber a importância dela. Além do perfume agradável, o produto evita irritação na pele e é uma espécie de cicatrizante. Para quem não tem o costume de finalizar o barbear com a loção, experimente, mas evite as composições com álcool.
Então é isso, até a próxima.
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